Pousou a maçã vermelha na ponta da pedra em que estava sentado. Tirou os óculos e limpou o suor espesso que lhe escorria pelo rosto húmido. Mordeu um pouco de pão e escutou os pássaros pela última vez, pensava ele. Ao recostar-se para trás, sobre a pedra, pôde ver o céu que espreitava no meio dos altos carvalhos que o rodeavam, mesmo assim pegou na caçadeira e encostou-a ao palato, tremendo.
Era agora a altura de procurar o gatilho e pressioná-lo no sentido inverso ao normal. Tremia mais e não o encontrava. Demasiado nervoso para o continuar a procurar, afastou a caçadeira, olhou de novo o céu e num suspiro ergueu-se da pedra.
Enquanto pousava a arma com a mão direita, com a esquerda pegava na maçã vermelha que iria comer antes de voltar a casa.
Os pássaros iam continuar a cantar.
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