Por dificuldades técnicas que passaremos a explicar, não nos foi possível elaborar o horóscopo semanal deste sereno ser:
1 - completa justaposição de rotas astrais geradas por uma desestabilização interna deste sereno ser
2 - não foi possível encontrar a lua deste sereno ser, calcula-se que tenha saído de órbita
3 - estranhamente, o sereno ser está a melhorar a nível profissional, o que nos deixa preplexos
4 - as constantes tentativas deste sereno ser para encontrar o amor, deixaram-nos sem previsões possíveis para o desfecho futuro neste campo. Preve-se um colapso permanente
5 - foi impossível determinar se o sereno ser estava disposto a acatar os nossos conselhos, como tal esperaremos a sua reacção durante esta semana que hoje se inicia
6 - desejamos ao sereno uma curta estadia no mundo do desarranjo astral, porque tal como todos, ele é capaz de ter direito a algo mais do que anda a receber
Sem nada a acrescentar,
A gerência.
E hoje voltei a voltar sozinho para casa. A cama vai continuar enfadada de ter sempre o mesmo corpo nela deitado, o corredor terá o mesmo ritmo cadenciado dos meus passos leves.
Quando desligar a luz, desligo qualquer hipótese de adormecer com um sorriso nos lábios.
O acordar não se adivinha satisfatório, será lento e preguiçoso, com vontade de ter a chuva da rua no meu quarto.
Restam-me os sonhos, os pesadelos, os acordares a meio da noite, em que é possível eu ser um alguém mais completo.
Nesta noite que já vai longa, fica curto o meu bem estar. Nesta noite que vou dormir faço tenção de adormecer sem esperança que amanhã os meus problemas se resolvam.
Problemas?...
Aqui sentado nesta cadeira, começo a ter frio pelas costas. Olho para o exterior da esquadria da janela e vejo as árvores da minha rua a ostentarem a moda Outono/Inverno.
As pessoas ficaram mais caladas e já não almoçam na calçada, escondem-se nas paredes impermeáveis dos restaurantes que me rodeiam.
O cheiro a grelhados continua a ser o mesmo. Nesta casa, entre as 11 da manhã e as 11 da noite, tenho mais fome que habitualmente, felizmente que a vontade de comer não aumentou.
Quando passo a ponte sentado no banco do meu carro, abro a janela para ter frio.
Saúde: Atenção, voltou a comer demasiada porcaria.
Dinheiro: Esta semana retenha-se nos gastos, a outra sorrir-lhe-á.
Amor: ...
Pensei no que poderia escrever aqui a acompanhar esta música divinal, mas vou limitar-me a colocar uma tradução.
Ára Bátur (Row Boat)
You tried everything
Yes, a thousand times
Experienced enough
Been through enough
But you it was who let everything
Into my heart
and you it was who once again
Awoke my spirit
I parted, you parted
You stir up
Emotions
In a blender
Everything in disarray
But it was you who was always
There for me
It was you who never judged
My true friend
I parted, you parted
(hopelandic)
You sail on rivers
With an old oar
Leaking badly
You swim to shore
Pushed the waves away
But to no avail
You float on the sea
Sleep on the surface
Light through the fog
Apenas acrescento que ficaria muito feliz se um dia concebesse vida ao som desta música. De certo seria uma obra bem feita. Esta música é mesmo para chorar, arrepiar, sentir...não tenham vergonha!
Quando bebo água da torneira e fico com pingos no canto da boca e a caírem para o queixo e para o peito, sinto-me um pouco Neanderthal. Também quando como uma bela perna de frango com as mãos, ou um divinal pedaço de entrecosto.
Quando escrevo este blog sinto-me um homem do futuro, a falar para uma possível multidão de leitores de todo o mundo.
Quando caminho pela calçada portuguesa ainda vejo damas e cavalheiros do século 19 a passearem ao meu lado.
Quando estou no Terreiro do Paço espero sempre que uma caravela esteja para partir ou para chegar do Brasil.
E assim cá vou andando perdido em diferentes eras temporais mas sempre neste mesmo espaço diminuto em que me movo.
Fossem as minhas viagens mentais equivalentes às reais e não precisava de ter este espaço para escrever porcaria. Andaria ocupado com coisas muito mais interessantes!
Há dias atrás comprei um espremedor de laranjas. Por vezes faço sumo de tomate e morango. Ainda ontem o acompanhamento da carne foi só vegetais. Vou regularmente ao ginásio. Todos os dias subo os 4 andares do meu prédio pelo menos uma vez.
No entanto continuo a comprar bolachas de chocolate e pizzas congeladas. Assim não vou lá!
Pelo menos já me habituei ao leite magro!
Saúde: Atenção aos seus ouvidos! Os gritos vão continuar!
Dinheiro: Podia estar pior, mas tenha lá alguma atenção. Continue a levar marmita para o emprego.
Amor: AHAHAHAHAHAHAHAHAH!!... Amor? Não brinque comigo...
Números da sorte: Acho que é melhor acabar com este tópico...
Fora eu Alberto Caeiro e a vida seria uma lugar mais colorido por pássaros a bater as asas e rios a correrem da nascente até ao mar.
Fora eu Álvaro de Campos e a vida seria uma engrenagem construída metodicamente e as epopeias que me faria viver seriam extravagantes e cheias de fumos negros de poluição.
Fora eu Ricardo Reis e a vida seria uma morte anunciada, cheia de espinhos e com poucas pétalas.
Como sou Fernando Pessoa, limito-me a sorver os copos vazios que me passam pela frente da boca e perco-me constantemente nos meus “eus” sem saber para onde me virar, com a minha sonhada Ófelia presente na sua perene ausência.
Por hoje chega de palavras e olhares. Vou em busca do sono para que lento chegue o acordar. E o Inverno está a chegar, oportunamente.
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E por aí fora...É isto todos os dias, espalhado em anúncios. Gosto destas promoções que incitam há comunhão de interesses entre pessoas, ao convívio, à organização.
Neste mundo cada vez mais frio os senhores das empresas andam a ver se congregam esforços para andarmos todos muito mais juntinhos. Para além disso poupamos imenso dinheiro, o que me leva a dizer que, realmente, a união faz a força, económica nestes casos.
A vida afinal é simples, a única dificuldade é andar sempre com 9 pessoas ao nosso lado, se isso for conseguido tudo se torna um mar de rosas.
A vida é mais barata se arranjarmos um grupo de 10 pessoas.
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