"Há qualquer coisa de podre, há qualquer coisa de decadente e de vil neste tempo. Repare-se no rosto dos que estão no poder, e no daqueles que estão preparados para os substituir. Sempre aquelas caras que pouco se alteram. Sempre os mesmos hábitos. Sempre o mesmo sarro da aldrabice, da dissimulação, do desdém por todos nós."
Baptista-Bastos in "Jornal de Negócios", 27-02-2009
Não, este post não sobre o filme, ainda não vi, mas não tarda. Este post é sobre a entrevista que deu mote ao filme. David Frost entrevistou Richard Nixon durante três dias e conseguiu que Nixon fizesse uma espécie de mea culpa sobre Watergate.
Hoje ao acordar liguei a televisão ainda em estado catatónico. Mas depressa saí dele porque reparei que estava a ser transmitida a dita entrevista. Chego a uma conclusão que muito me entristece. Apesar de Nixon ter errado em grande escala, não consigo deixar de sentir alguma simpatia pelo homem que admite a sua culpa e que provavelmente estaria mesmo a agir no superior interesse do seu país.
É que se o abuso de poder, a conivência com o suborno, o próprio perjúrio foram praticados em plena consciência dos seus perigos, também a confissão é feita com a exacta noção de que a sua vida estaria para sempre manchada por este episódio.
Pergunto-me se Nixon limpou desta forma a sua honra, provavelmente não, mas ganhou a possibilidade de ter uma segunda opurtunidade, não na vida política, mas na vida pessoal.
Falando agora da conclusão a que cheguei. Julgo que todos os políticos deveriam por os olhos em Richard Nixon. Errar todos podem errar, mas o sentido de decência que os verdadeiros políticos devem ter, parece-me estar a ser completamente esquecido nos tempos que correm. Tenho sempre a sensação de que, infelizmente, a política já não está entregue a políticos, mas a meninos com cara de anjos mas que no fundo sabem mais que a Amália! O problema é que a sua sabedoria tem ligação directa ao seu bolso e ao bolso dos seus lobbys.
Também uma palavra para os jornalistas que se deixam manietar pelo sistema que os rodeia. David Frost fez um trabalho de fundo com um objectivo muito concreto, a obtenção de um facto jornalístico. E como eu gostava de voltar a ler jornais apenas com factos e não com suposições e extrapolações mirabolantes da realidade.
No fundo faltam duas coisas a políticos e jornalistas, vergonha na cara e sentido da responsabilidade.
Acabei de ver "Rachel Getting Married". Bom filme. Daqueles que não nos deixam bem dispostos, mas que nos deixam com uma vontade escondida de melhorar o dia-a-dia.
Normalmente tendo a rever-me neste tipo de filmes, a querer estar naqueles lugares, a querer sentir o que aquelas pessoas sentem, a querer ajudá-los nos seus problemas. Enfim, é daqueles filmes que nos fazem sentir vivos! E porra...quero muito sentir-me vivo...nem sempre é fácil!
"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado."
Karl Marx, in "Das Kapital", 1867
Cada vez mais confirmo uma ideia que tenho desde tenra idade.
As religiões são o principal entrave ao desenvolvimento do ser humano e, como consequência, à prosperidade e pacificação do planeta Terra.
A propósito disto recomendo "Religulous", um documentário bem interessante e iluminador.
Tenho dito.
"As obras-primas devem ter sido geradas por acaso; a produção voluntária não vai além da mediocridade."
de Carlos Drummond de Andrade
E depois de ler isto volto a perguntar-me porque raio continuo a tentar escrevinhar coisas aqui neste blog.
Tenho dito!
"A arte oferece-nos a única possibilidade de realizar o mais legítimo desejo da vida - que é não ser apagada de todo pela morte."
de Eça de Queiróz
Estou cansado e a ficar cinzento...
A minha singela mas sentida homenagem a mais um vulto das canções francófonas! Anda a dar-me para o franciú e seus mitos...
Faço também uma declaração de intenções. Se eu fosse cantor queria ser o novo Brel! É de uma força impressionante este homem. Ao ouvi-lo sinto-me assim pequenino e completamente hipnotizado pela vontade com que canta. Outro que deve ser uma prova que deus existe...qualquer dia ainda acredito que existe mesmo!
Antigamente os problemas resoviam-se num duelo com um par de pistolas. Justiça simples e eficaz, o mais rápido tinha razão.
Provavelmente a celeridade da nossa justiça só melhorava assim. Vamos voltar aos duelos, que acham? Vá, para coisas menos importantes usem-se espadas e perca o homem que sangrar primeiro.
E agora já há Sporttv para fazer a transmissão em directo destes rituais justiceiros, que bom que seria!
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