No meu enterro quero que uses véu e grinalda e tenhas um filho nosso a crescer-te na barriga. Não quero que ninguém chore mas quero muitos bolos de chocolate espalhados pela casa. No meu enterro quero que te mantenhas com um sorriso na cara e um bouquet igual a todos os bouquets na mão esquerda. Quero muito álcool espalhado pela casa, ao lado dos bolos de chocolate. No meu enterro quero que voltem a abrir o caixão para ver se eu estou mesmo morto lá dentro, ia detestar acordar no meio de um nada minúsculo. Não quero que deixes entrar as minhas amantes nem quero que leves os teus amantes lá a casa tão cedo, troca os lençóis da cama pelo menos ou então fodam só no sofá da sala, também é confortável. Quero música, sempre muita música, todo o tipo de música mas sempre da boa, música da boa. Não quero cá flores e paneleirices do género, quero gente a comer com as mãos, gente a fumar tabaco e coisas que precisam de ser fumadas com tabaco, gente a alucinar com drogas um bocadinho mais ilegais que as outras, gente em lingerie, é isso, no meu enterro quero que muitos filhos comecem a crescer nas barrigas das mulheres que lá estiverem. Lei da compensação, morre um nascem vários e eu ia ficar muito feliz por valer por vários.
No meu enterro vais tu enterrar-me já que foste tu que me mataste. Vemo-nos nos teus sonhos, tentarei que se tornem pesadelos.
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