Metropolitano de Lisboa, cerca das 19h30m. Calmamente lia um livro encostado a uma porta da carruagem, as pessoas voltavam para casa depois de mais um dia de trabalho, algumas trocavam impressões entre elas, outras limitavam-se a esperar a sua paragem, quase todos seguiam de olhos no chão.
No meio deste pacifismo de final de dia começa a ouvir-se uma música. Olho em frente e vejo uma senhora avantajada de cabelo loiro nas pontas e preto nas raízes com o seu pequeno telemóvel na mão. Sim, era daquele monstruoso aparelho que vinha a música, de má qualidade como podem imaginar, um qualquer reagetton mal amanhado ou uma espécie de kizomba de segunda categoria. Naquele momento percebi que odeio realmente os telemóveis que têm a capacidade de oferecer a sua música ao resto do mundo. Nada tenho contra aqueles que o fazem através de um auricular, directamente para o ouvido do seu dono, mas os que cantam a céu aberto...por favor...
Alguém dizia que a nossa liberdade acaba onde começa a do outro e estes aparelhinhos vêm contrariar esta teoria, além do mais a música que vomitam é sempre, sempre péssima. Simples coincidência ou mera inevitabilidade?
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