Vou mudar de casa. Decidi há uns minutos começar a arrumar umas tralhas, já tenho dois caixotes cheios e um saco do lixo para deitar fora.
Descobri algo que já desconfiava há muito tempo, sou daquelas pessoas que prefere guardar as lembranças e as informações na gaveta da memória. Não sei se faço bem ou mal, mas pelo menos percebo que tenho muito menos coisas para transportar do que imaginava. Este lado prático deixa-me contente e mais aliviado das costas, mas será que daqui a uns anos não me vou arrepender? Será que daqui a uns anos vou querer rever Barcelona em fotografia e não vou ter? Rever Milão em fotografia e não vou ter? Rever Buenos Aires em fotografia e não vou ter? E se a passagem por estes sítios se apaga da minha memória? Deixam de existir provas de que lá estive e de passei bons momentos.
No fundo é a memória de algo que marca a nossa passagem por algum sítio ou por alguma pessoa, e se continuar a deitar ao lixo um terço das coisas que estou a arrumar talvez perca um terço da minha vida.
Espero continuar a conservar uma boa memória.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. O Rei
. Um beijo de parabéns à UG...
. Portugal não é a Grécia e...
. 21 de Outubro: Orson Well...