Declaração de interesses: sou candidato pela CDU à Junta de Freguesia de Arroios. Este post versará sobre as felizes coincidências da campanha lisboeta de uma geral e da campanha em Arroios de uma forma particular. Quem não tiver paciência para Política ou para política - conforme a relevância que lhe dão - é melhor não ler, porque não apresento soluções nem alternativas, isso deixo para outros textos e outros lugares, apenas apontarei o dedo para coincidências felizes, das que se papam à légua.
Para esta campanha autárquica em Lisboa o PS e o PSD/CDS escolheram o verde dos campos, o verde da esperança, o verde de um futuro mais fértil para a população lisboeta. A propaganda é de tal maneira parecida que à primeira vista achamos que o Ruy de Carvalho apoia o PS e que a Margarida Martins é candidata pelo PSD, mas se virmos bem de perto e com atenção - com muita atenção, porque os símbolos dos partidos estão tão pequeninos que mal se notam, de certeza que foi um erro, não é vergonha - percebemos que ao contrário.
Calculo que esta decisão tenha sido feita de comum acordo, uma vez que no recente debate entre Seara e Costa tivemos o prazer ouvir estas duas pérolas: «António Costa disse: "Eu tenho aqui uma divergência com o Dr. Fernando Seara..." e Seara disse dos dois que são "pessoas que nas questões essenciais pensam da mesma maneira".» Se é para haver sintonia, pois que os cartazes fazem todo o sentido.
Outra coincidência feliz é a revista municipal "Lisboa", distribuída pela CML, só me ter chegado às mãos em Julho deste ano. Vivo em Lisboa há mais de dez anos e nunca, em nenhuma das casas que habitei, ela tinha entrado no meu correio. Este é o número 6, e está cheio de maravilhas que a CML fez nos últimos tempos. Se calhar para este número tiveram um orçamento um bocadito maior que lhes permitiu fazer uma tiragem superior, é isso, deve ter sido só mais uma coincidência feliz. Assim como o frenético mês de Agosto e de Setembro no que toca à animação da cidade, à luz, à cor, ao artifício, à folia...podiam era pagar aos artistas que fazem este estardalhaço todo, mas isso é outra história que não cabe aqui, não se insere na campanha, insere-se só na desorganização do pelouro da Cultura. Daqui a uns dias conto-vos essa...
E para acabar, digo-vos que podem ver, no Hospital do Desterro, na freguesia da Pena, agora pertencente à nova freguesia de Arroios, uma magnífica exposição sobre os 21 anos de história da Abraço, uma associação de mérito que tem lutado muito nestas últimas duas décadas. Esperem lá...mas a presidente da Abraço não é a...Margarida Martins, pois. Então e ela não é a candidata do Partido Socialista a esta mesma Junta de Freguesia de Arroios? Caramba Margarida, também não era preciso entrar-nos assim tanto pelos olhos dentro, podias ser mais comedida. Tudo bem que a Abraço até merece destaque no panorama da solidariedade em Portugal, mas era escusado, se calhar...ou então faziam a exposição em Chelas, ou em Belém, fora da freguesia a que te candidatas, não? Desculpa, deve ter sido só uma coincidência feliz...ou então é a reprodução do "corta-fitismo e programa mil festas" que os candidatos que são presidentes de junta ou de câmara levam a cabo nos meses anteriores à eleições... Não tenho nada para inaugurar? Pimbas, faço uma exposição onde mostro o mérito do meu trabalho social, e mesmo em cima dos meus eleitor...perdão, fregueses!
Tudo isto com o alto patrocínio da ESTAMO, a empresa que anda feita maluca a comprar hospitais na Colina de Santana a mando da CML para os transformar em luxuosos condomínios e hotéis de 5 estrelas para inglês ver e banqueiro comprar.
Ainda dizem que não há coincidências, então não há? E felizes.
P.S. - entretanto caiu mais um bocado de um prédio aqui na rua de baixo. Resultado: rua cortada desde Sábado e as pedras que caíram para o meio da estrada lá continuam. Trabalhos de remoção das mesmas e trabalhos para demolição do prédio? Nem vê-las...mas é melhor irem rápido, pelo aspecto da coisa, se não se apressam, vão ter de apanhar do chão o prédio todo...
Deu-nos para isto, eu estou a rever "Freaks and Geeks", ela está a ver pela primeira vez. A ideia foi minha, ela achou piada ao primeiro episódio. Tinha visto a série na altura quase certa, aí com uns 20 anos, revê-la 10 anos depois dá-me nostalgia e vontade de não ter carta de condução.
No fundo, quer na adolescência quer na idade das trevas, a necessidade é a mesma: conhecer o teu inner self para agradar aos que te rodeiam e para seres o "máiore da cantareira", claro que nos E.U.A. eles abusam um bocadinho, andar na escola com o fatinho de cheerleader o dia todo não é muito saudável... A diferença é só uma, passamos de agir para sermos aquilo que os outros esperam de nós, para agir para sermos aquilo que achamos que queremos que os outros esperem de nós. Complicado não é? Pois, é a idade das trevas.
O que vale é que a Super Bock tem praticamente o mesmo sabor.
Às vezes pergunto-me porque é que a Revolução ainda não aconteceu, às vezes respondo-me que é porque quase ninguém que a anda a tentar fazer chega às horas certas aos compromissos.
"A disciplina como forma normal e natural de actuação manifesta-se nos actos quotidianos, para os quais pode haver normas estabelecidas, mas pode também não haver orientações ou directrizes.
Um exemplo é a pontualidade.
É uma regra ou princípio e, mais que regra ou princípio, é bom que seja hábito.
Não se trata de questão secundária. Trata-se de uma questão que acaba por decidir do rendimento, do andamento e da execução das tarefas, da eficácia da actividade e do próprio estilo global do trabalho do Partido.
A falta de pontualidade, seja nas reuniões seja na execução de qualquer tarefa marcada com prazo, pode pôr em causa o trabalho de muitos outros camaradas e a própria realização de uma tarefa.
Quando a falta de pontualidade se transforma em costume e prática generalizados e tolerados, quando, mesmo no que respeita às horas de começo do trabalho, o atraso passa a ser sistema, alguma coisa vai mal no Partido e o estilo é gravemente comprometido."
Álvaro Cunhal, in "O Partido com paredes de vidro"
São três dias em que o mundo gira mais certo. São três dias em que os braços se lançam em abraços fáceis. São três dias em que os ombros juntos são mais fortes e resolvem todos os imponderáveis, todos os impossíveis. São três dias em que não há desculpa para não sorrir, mesmo quando o cansaço e a responsabilidade nos apertam a barriga. São três dias em que mostramos tudo o que fizemos num ano e projectamos o seguinte. São três dias onde nos unimos ainda mais. São três dias de festa, de suor e pó. São três dias em que os homens e as mulheres contam sempre mais que o acessório. São três dias, camaradas.
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