"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar
bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até
que isso se torne insuportável. O débito não pago levará à falência
os bancos, que então terão que ser nacionalizados pelo Estado"
Karl Marx, "O Capital", 1867, repito, 1867...uma vez mais, 1867! Obrigado!
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Álvaro de Campos
Não sei muito bem o que isto hoje em dia quer dizer, mas a verdade é que faço anos. Mais um simples dia que passa mas que supostamente vale pelos outros 364.
O cantinho à beira mar plantado, anda cada vez mais a tornar-se no país do "diz que". Quem passar os olhos pelos jornais é metralhado com textos em que alguém "diz que", em que a propósito de alguma coisa fulano "diz que"...é como diz o outro, "falam, falam...".
Gostava mais de começar a ler nos jornais coisas como "fulano aprova medida tal", "cicrano financia não sei o quê", "beltrano funda isto ou aquilo", enfim, gostava que andassemos todos mais entretidos a fazer coisas do que a dizermos coisas uns dos outros. É que neste "diz que" permanente, as palavras começam a ser muitas e a perder o sentido.
Sou um ser, iminentemente, flatulento!
Pois é, serve este post para anunciar o fim do Horóscopo semanal. Há variadíssimas razões para este acontecimento, mas a principal de todas é que simplesmente não me apetece continuar com ele.
No fundo desisto aqui de me auto-aconselhar, sou muito mau a seguir conselhos razoáveis e ponderados. Já dizia o outro, "em casa de ferreiro, espeto de pau".
Li algures que a vida não tem nexo, dar-lhe um rumo é dar-lhe um fim. Concordo e portanto, mesmo sem nexo, não quero que ela acabe tão cedo. Não lhe vou dar rumo nenhum portanto, vou deixar-me seguir ao sabor da estupidez e hipocrisia que me rodeiam e me contaminam! Os astros devem ter realmente um poder estranho sobre nós, mas a cerveja ainda nos influencia mais, e com a cerveja sei eu ter as minhas conversas. Deixem-se também vocês de horóscopos e não dêm rumos à vossa vida, mantenham-na sem nexo mas imprevisível.
Por vezes acordo a meio da noite a sonhar com o trabalho. Por vezes levanto-me a meio da noite a pensar que estou no trabalho. Pode ser que um dia destes a coisa se inverta e me deite no trabalho a pensar que é o meio da noite e eu estou a dormir.
Saúde: parece que é desta que o ginásio vai voltar a vê-lo. As quedas em cena é que vão continuar a dar-lhe cabo da cabeça! Enfim...dizem que é por amor à arte!
Dinheiro: rendas, contas, comida, o que vale é que lhe vão pagar o que lhe devem!
Amor: love, actually!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. O Rei
. Um beijo de parabéns à UG...
. Portugal não é a Grécia e...
. 21 de Outubro: Orson Well...