Era uma vaca verde que pastava num prado azul, o sol castanho brilhava num céu roxo, as flores cinzentas rastejavam perto das árvores grenás.
Os patinhos cor de rosa eram muito mais bonitos que os elefantes vermelhos.
O pensamento colorido de quem escreveu estas linhas está deturpado pelos troca-tintas que alegremente roubam as cores aos nossos olhos.
Pintem a manta por favor, mas de cor de burro quando foge.
Vou dormir e ter sonhos cor de infância, pelo menos assim espero.
Todos os dias antes de se deitar Smith ouvia música deprimente, assim fechar os olhos e enfiar-se dentro da roupa de cama era mais certo. Se estamos felizes porque raio ir dormir, pensava ele enquanto escutava as primeiras notas da melodia do dia.
Deitava-se na cama de pijama vestido. Os melhores dias eram os de inverno em que o frio lhe atormentava os ossos e as extremidades corporais iam mirrando até se encontrarem no centro de uma barriga gelada.
Assim dormir já fazia sentido.
Como Smith não gostava de voltar a sair da cama só para ir parar o disco, arranjou uma estratégia. Um cordel preso à agulha. Com argúcia o disco cessava de tocar e, desejavelmente, não ficava riscado.
Às vezes não puxava o cordel, deixava a música sonhar com ele durante a noite toda.
A verdade é que isto anda tudo uma grande merda e não vejo maneira de darmos a volta.
A verdade é que isto anda tudo uma grande merda e não vejo maneira de alguém querer dar a volta.
Era mais uma insónia. O tecto branco continuava na penumbra mas aquele trémulo brilhar das luzes que vinham da rua perturbava imenso os olhos cerrados de Smith. A falta de dinheiro não deixa que se consertem banalidades dentro de casa.
Mais uma volta na cama, mais uma volta à volta da cama, mais uma volta à volta da cama com a cabeça às voltas.
Smith tropeçou nas pantufas acolchoadas que alguém lhe oferecera num natal distante. Estacou a olhar para o chão, depois fixou a persiana estragada, trocou de roupa e saiu do quarto. Alguns passos à frente ouvia-se no quarto de Smith o bater da porta da entrada.
Smith abandonou o quarto trémulo e fintou a insónia.
Só para anunciar que voltei do Porto. Como consequência este blog será novamente actualizado dentro de momentos...
Esta semana não horóscopo para ninguém, vai andar à deriva para ver o que é bom! Tome lá que é democrático!
Porque ficar de queixo caído e ouvidos aveludados é muito bom! Isto tudo com um sorriso na cara!
Ontem voltei a pôr um cd a rodar no leitor de cd's. Nada de música em mp3 a sair das colunas do computador. Descobri que já me tinha esquecido de como é bom ouvir aquele barulhinho, que fica sempre em segundo plano, do cd a ser lido no leitor.
Depois ainda me lembrei de como era bom o barulhinho das cassetes a rodarem, da fita a correr para nos dar música. E no top destes barulhinhos continua, sem dúvida, o som da agulha a raspar o vinil.
O ruído da música a chegar até nós é mágico.
Saúde: tudo normal e nada de assinalável, veja lá não se desgrace com estes dias de pausa do trabalho!
Dinheiro: foi fim do mês, não é preciso dizer mais.
Amor: coisa triste o amor, pior ainda o desamor.
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