O Mundo divide-se em dois tipos de pessoas.
A saber, as que apertam o tudo da pasta de dentes no fundo e as que apertam o tubo do meio para cima.
"Por mim, acho que estamos mortos há muito tempo: morremos no exacto momento em que deixamos de ser úteis."
Jean-Paul Sartre
"O ódio nunca criou nada."
Dantés Bellegarde
Já são 35, 35 longos anos de democracia, liberdade de imprensa, de expressão, de pensamento. Ou então talvez sejam 35 longos anos de poder mal usado, de liberdade de subsmissão, de liberdade de sujeição, de liberdade para sermos sujeitos a um sem número de crimes contra a dignidade pessoal. A diferença é que agora nos podemos sujeitar a eles com um sorriso nos lábios porque mesmo discordando de quem nos governa não vamos parar com os costados a uma cela de prisão.
Claro que estamos melhor agora do que antes, claro que qualquer "status quo" é melhor do que décadas de cinzentismo e União Nacional.
Mas está podre esta liberdade que Abril nos deu.
Olhando para trás vemos o 25 de Abril, o 4 de Julho americano, o Maio de 68, a Revolução Francesa, a luta asceta e desarmada de Gandhi, o 20 de Maio de Timor-Leste, a Revolução Cubana, a queda do Muro de Berlim, a Revolução Bolchevique de 1917, e outra quantidade enorme e infindável de constantes lutas pela INDEPENDÊNCIA, pela AUTO-DETERMINAÇÃO, pela DEMOCRACIA, pelo poder do POVO.
No fundo pelo lema da Revolução Francesa, LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.
Mas para que serviram todas estas lutas, sejam elas de esquerda, direita, centro, ou de simples necessidade de libertação? Parece-me que apenas para manter os nossos espíritos libertários acesos, para que não se apague nas nossas mentes a utopia de um dia sermos seres humanos racionais e razoáveis em toda a verdadeira dimensão que isso acarreta.
No fundo estas lutas sempre serviram para que uns ocupassem os lugares dos outros, para que a redistribuição da riqueza fosse feita mas com muito engenho e arte, esquecendo sempre quem mais necessita dessa mesma redistribuição.
Vamos então continuar a cantar Abril pela boca do Zeca ou pela nossa. Vamos manter viva a utopia de sermos livres, iguais e verdadeiramente fraternos.
Sendo assim, 25 de Abril sempre! Mas com cuidado, porque há sempre quem ache que esperneamos demais e se há coisa que eu não quero é ficar sem pernas!
"A História e uma galeria de quadros onde há poucos originais e muitas cópias."
Charles Tocqueville
É só para avisar que me preparo para desligar o computador, em seguida a luz e depois o cérebro.
Passar bem!
O último álbum anda a deixar-me viciado.
Porque a brisa que me corta o pescoço é demasiado fria para desentorpecer os músculos.
Deixaste-me lá, no barracão abandonado, à tua espera. Mais uma vez faltas-te ao prometido e não vieste à hora marcada. Dei-te uma hora de tolerância como normal e como normal foi em vão.
Restam-me duas opções, ou insisto para a semana que vem ou destruo o barracão!
(E esta brisa que não me larga.)
Optei por insistir mais uma semana, e outra, e outra, e outra ainda. Onde estavas enquanto te esperava? Será que o barracão era o errado? Não, não quero acreditar que todo este tempo esperamos um pelo outro em sítios errados. Não pode ser, alguém me teria avisado.
(Quente, agora ficou quente.)
A minha barba já cresce mais cinzenta do que antes, tu já não terás os seios firmes como antes, o meu cabelo já não tem tanta força como antes, tu já terás pés de galinha em maior número, mas não deixas-te de ser tu, bela, voluptuosamente luminosa.
(Tão forte que se tornou esta brisa.)
Por fim destruí o barracão.
Antes disso já tu tinhas destruído as minhas pernas, os meus braços, os meus olhos, as minhas pálpebras, as plantas dos meus pés.
(A brisa parou.)
Porque hoje me lembrei de Trigger Happy. Dos programas mais hilariantes de sempre, fica aqui uma pequena amostra para quem não conheça ainda!
"A insistência doentia, quase hora a hora, no futebol, nos comentários, nas previsões, nas análises remove do português comum qualquer reflexão acerca da sua própria situação social. As agendas dos jornais, os alinhamentos e as opções das televisões e das rádios merecem uma vigilância crítica dos próprios profissionais. O que não existe. Manifesta-se uma total subserviência aos imperativos do que dizem ser as exigências do público. É uma velha pecha e uma desculpa fatigante de quem abdicou do dever mais sagrado da comunicação social: informar e esclarecer para formar."
Baptista-Bastos, in Jornal de Negócios, palavras sábias de alguém que deveria viver o resto da sua vida num país que o descansasse, mas infelizmente tem de continuar a detectar estes problemas todos...
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